Tem gente que tem medo da morte. Morre de medo da morte. Acho que essa expressão não se encaixa muito bem com a ideia de temor da morte. Mas o fato é que não da tempo para temer. Ainda que você viva mil anos, do que valerá se o seu café sempre foi servido sem açúcar e o seu bife servido sem sal? Tem gente que acredita que a vida é pra ser vivida dentro das amenidades, em controle de apetite, de sede e de libido. Também existem aqueles que acham que vale mais morrer de uma queda do que nunca ter experimentado um pulo. O fato é que eu pulei! Fiz uma coisa que certamente um homem com miolos em perfeito estado não faria.
Pulei. Me joguei do alto do abismo, apenas pela aventura de saltar. Ainda estou caindo. Estou em queda livre. Sinto o vento batendo em minha face e nos meus cabelos, me vem um frio na barriga que não da pra evitar, mas que também não posso me concentrar nesse troço. O salto já foi dado e agora eu preciso aproveitar o tempo da descida, parece um vou, mas é apenas uma queda. Se fosse um vou, daria pra voltar, mas como não é, tenho que aprender a cair!
Ou, eu aproveito cada instante da queda, cada brisa que me vier acariciar o rosto e os cabelos, pois nem sei se haverá queda, uma vez que não caí, e sim, pulei, me joguei por vontade, por curiosidade. Qualquer um pode morrer a qualquer momento, mas escolher encarar essa companheira sem medo é apenas para os já bem vividos ou para os sem noção. Bem eu só tenho trinta e quatro anos!
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